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Os pilotos da primeira prova da Formula E |
A competição passará por 10 cidades e, por emitirem poucos ruídos (na casa dos 80dB, contra 130dB da Formula 1), todos os circuitos serão nas ruas da cidades-sede. Você pode conferir aqui o calendário, e aqui uma notícia porque o Rio de Janeiro ficou de fora. Caso esteja em alguma destas cidades durante as corridas, pode comprar ingressos aqui.
O objetivo desta primeira temporada é de testar a modalidade, agregar fãs, investidores e desenvolvedores de tecnologia e acostumar os pilotos a conduzir veículos elétricos. Como não haveria tempo para que cada escuderia desenvolver seus carros do zero, a FIA reuniu um grupo de empresas para criar um consórcio para montar e homologar o primeiro carro fórmula elétrico, onde todos os times correm com ele: o Spark-Renault SRT_01E, que alcança os 150 mph (241 km/h). Falaremos mais sobre as empresas que montaram o carro, as especificações, as escuderias e os regulamentos em outros posts!
Os treinos classificatórios ocorreram no mesmo dia da corrida. O primeiro treino livre foi às 08:15 (horário local de Pequim, 21:15 da sexta-feira no Brasil), e os três melhores tempos foram do brasileiro Lucas Di Grassi (Audi Sport ABT), do suíço Sébastien Buemi (e.dreams-Renault) e do inglês Sam Bird (Virgin Racing).
Para dar mais interação entre os fãs e a nova modalidade do automobilismo, a Formula E criou o Fanboost, que é uma votação pela internet, onde o público pode eleger 3 pilotos para receber o direito de dar 1 (um) “power boost” adicional, o qual aumenta a potência do carro de 150 kw para 180 kw por 5 segundos, ajudando em ultrapassagens. “Boost” é uma descarga de energia, onde um dispositivo auxiliar armazena toda energia recuperada de frenagens e desacelerações, a famosa ‘energia regenerativa’. Na Formula 1, ficou conhecida como o KERS – Kinetic Energy Recovery System (ou Sistema de Recuperação de Energia Cinética). Cada piloto possui autorizado para aplicar apenas 3 ‘boosts’ na corrida inteira, e os 3 pilotos eleitos pelo público a ganhar o 4º ‘boost’ foram os brasileiros Bruno Senna, Lucas Di Grassi e a inglesa Katherine Legge (Amlin Aguri), uma das 2 mulheres correndo na categoria (a outra é a italiana Michela Cerruti, correndo pela Trulli). Logo saberíamos que o Senna não precisaria deste ‘boost’ extra.
Na largada para a volta de aquecimento/apresentação, podíamos ver uns 3 carros imóveis no grid. A câmera mostrava os outros carros saindo para a volta, enquanto estes pilotos apertavam todos os botões possíveis no volante e painel na tentativa de fazer o carro sair do lugar! Eventualmente, eles conseguiram sair e dar a volta.
Largada
A largada foi tão emocionante quanto uma corrida de Formula 1, com arrancadas e fechadas fortes, mas felizmente sem nenhuma batida séria. Aliás, o único a bater, sozinho e na 2ª curva, foi Bruno Senna, que já fez o safety car entrar na pista e desfilar por umas 3 voltas.
Falando em safety car, este era nada mais, nada menos, que o novo BMW i8. A BMW também fornecerá modelos i3 como carros de assistência. Em uma competição onde os atores principais são elétricos, os veículos de serviço não podiam fazer feio (muito menos barulho ou poluir)!
Troca de carros
Apesar das óbvias similaridades com qualquer corrida de carro, há diferenças que podem incomodar os desavisados. Em qualquer projeto de carros elétricos no mundo, as tecnologias já estão testadas e validadas para exceder as necessidades para os usos urbanos e esportivos. Não fosse por um detalhe: as baterias. Elas ainda são o “calcanhar de Aquiles” de qualquer carro elétrico no mundo, e a Formula E está ai para também colocá-las no limite e impulsionar seu desenvolvimento. O problema é que este limite é de 15 voltas e o tempo de recarga ou troca das baterias por outras carregadas seria muito grande. Por este motivo, os pilotos são obrigados a trocar de carro em torno da volta 14. À propósito, a corrida inteira tem apenas 25 voltas (contra a média de 66 voltas na F1).
Nesta 2ª etapa as posições não mudaram muito de quando os pilotos saíram dos boxes. Sim, houveram muitas ultrapassagens, mas na maioria eram os mesmos pilotos se ultrapassando pela briga de uma posição. Na primeira fase, Prost era líder acompanhado de muito perto por Di Grassi, e havia momentos que achava que o brasileiro estava deixando o francês gastar mais energia para dar um bote mais para frente.
Mas Prost mostrou ser verdadeira a velha frase “filho de peixe, peixinho é” na ÚLTIMA curva, ato que deu a vitória a Lucas Di Grassi. Como é difícil descrever um carro formula elétrico voando, é melhor vocês verem com os próprios olhos no vídeo abaixo! Até a próxima corrida, em Putrajaya, Malasia em 22 de Novembro!
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