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Este é o 1º post da série exclusiva do Conversão Elétrica, que você pode acompanhar na íntegra pela tag FIA Formula E Championship. Vamos ‘começar pelo começo’: diferente do que muitos pensam, a Fórmula E não foi idealizada pela FIA (amante e defensora, até agora, dos motores de combustão interna). Era uma vez…
O POLÍTICO EMPREENDEDOR
… na Espanha, um jovem economista chamado Alejandro Agag. Logo após se formar, Agag foi nomeado Vice-Secretário Geral do Partido Popular Europeu (PPE) em Bruxelas e, após dois anos, nomeado Assistente Pessoal do Primeiro Ministro Espanhol, em Madri. Ele tinha apenas 25 anos.
Em 1999, após após 3 anos no cargo, Agag foi eleito novo Secretário Geral do PPE. Durante as eleições, Agag tornou-se o mais jovem espanhol a ganhar um assento no Parlamento Europeu aos 28 anos de idade. Enquanto deputado, Agag entrou para a Comissão dos Assuntos Econômicos e Monetários do parlamento, especializada no controle parlamentar do Banco Central Europeu e se tornou o porta-voz do relatório de política antitruste anual em 2000. Além disso, Agag foi eleito secretário-geral da Internacional Democrata Centrista (CDI), uma organização política global com mais de 100 partidos membros de todo o mundo. Ele combinou essas três funções até 2001, quando decidiu deixar o mundo da política e entrar para o das empresas.
Em 2002, Agag fundada AAL Investments Ltd. em Londres. Inicialmente, a empresa foca na prestação de consultoria estratégica para empresas internacionais. Foi durante esse tempo que Agag fez seu primeiro contato com o mundo do automobilismo: Junto com seu parceiro de negócios Flavio Briatore, então chefe da equipe Renault F1, comprou os direitos de transmissão televisiva da Fórmula 1 na Espanha por 6 anos. Em 2006 fundou a Addax Capital LLP, uma consultoria e banco de investimentos, atualmente administrada por Ignacio Alonso Munoz, ex-CEO do Rothschild Bank da Espanha.
Em 2007, Agag deu mais um passo para o mundo das corridas comprando a escuderia Campos Racing GP2 (GP2 é a série de entrada para Fórmula 1). A equipe estava na lanterna da classificação, faltando patrocinadores e bons pilotos. Agag transformou completamente a equipe mudando seu nome para Addax Team, assinou patrocínio com a Qatari Barwa, contratou novos engenheiros e pilotos. Como resultado, a equipe venceu o GP2 Series 2008. Desde então, a escuderia tem sempre se classificado entre as top 3, conquistando o título novamente em 2011. Até agora, seis pilotos da equipe foram para a F1: Lucas di Grassi (Virgin Racing), Vitaly Petrov (Lotus e Caternham), Sergio Perez (Sauber e McLaren), Romain Gosjean (Lotus), Charles Pic (Marussia) e Guido Van der Garde (Caternham).
Em 2007, Agag se juntou a um grupo de investidores para adquirir o histórico clube de futebol inglês Queens Park Rangers. Os outros principais parceiros eram Flavio Briatore, Bernie Ecclestone e a família indiana Mittal.
A FORMULA E HOLDINGS

Em 2012, Agag, juntamente com seu parceiro de negócios Enrique Bañuelos, um empreendedor imobiliário sediado em Londres, criam um consórcio de investidores internacionais, a Fórmula E Holdings Ltd. (FEH). Após um período de negociação, a empresa assinou um acordo com a Federation Internationale de l’Automobile (FIA), para licenciar os direitos comerciais e promover exclusivamente a nova FIA Formula E Championship, com carros de corrida movidos exclusivamente por eletricidade. Também estão associados ao projeto Lord Drayson, sócio-diretor da Drayson Racing Technologies, e Eric Barbaroux, presidente da fancesa de veículos elétricos Formula Electric (Formulec). As credenciais empreendedoras e automobilísticas de Agag lhe valeram o cargo de CEO da Fórmula E.
Os testes iniciais do campeonato de energia limpa foi marcado já para 2013, com estreia em 2014. O campeonato foi pensado para ter 10 equipes e 20 pilotos, e ser realizado nas ruas centrais de 10 cidades icônicas globais, onde as preocupações ambientais e o rápido crescimento urbano estão pedindo soluções de mobilidade limpa urgentes. Agag vê a pesquisa e desenvolvimento de carros de corrida elétricos como um catalisador para o desenvolvimento de carros elétricos urbanos de amanhã.
A ESTRATÉGIA INICIAL
A FEH já possuía uma carta na manga para cumprir o cronogramada: já ter um protótipo de carro de corrida elétrico em testes, o Formulec EF 01. Ela garantiu que o carro estaria disponível para todas as equipes inscritas dispostas a correr com ele, já que tempo de desenvolver um carro fórmula do zero era curto para o início do campeonato. A estratégia foi validada, mas a FIA afirmou que, à partir da segunda temporada, a Fórmula E funcionará como um “campeonato aberto”, permitindo que as escuderias e construtores exibam suas inovações elétricas inscrevendo seus próprios carros.
Obviamente, os carros deverão seguir determinadas especificações técnicas e serem homologados pela federação. Entretanto, as empresas poderão concentrar seus esforços na melhoria e desenvolvimento de toda a tecnologia eletrônica, motorização e baterias. Como ocorre na Fórmula 1, isso auxiliará o avanço da indústria de veículos elétricos populares.
A filosofia do campeonato está baseado em três valores fundamentais: energia, meio ambiente e entretenimento, além de ser uma fusão de engenharia, tecnologia, esporte, ciência, design, música e entretenimento (os eventos oferecem verdadeiros shows), todos combinados para impulsionar a mudança em direção a um futuro elétrico.
Com menos de alguns meses desde seu início, a FIA Formula E Championship está determinada a revolucionar o mundo da mobilidade elétrica na pista, nas ruas das cidades e nos mercados de consumo. Seu maior desafio será o de deixar um legado de mobilidade limpa e inovadora em nossas pistas e cidades no século 21.
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